Renegociação de Dívidas: Por Onde Iniciar?

 

 

 

Renegociação de Dívidas: Por Onde Iniciar?

 

 

A ausência de um planejamento financeiro adequado, a sedução do crédito acessível e as taxas de juros elevadas constituem os principais fatores que conduzem os cidadãos brasileiros a se encontrarem endividados a cada ano. Quando as prestações de um empréstimo atingem níveis insustentáveis, deixando de se ajustar às possibilidades financeiras, a abordagem mais sensata é contatar o banco credor e pleitear uma reestruturação dos compromissos financeiros.

Apesar de muitos indivíduos optarem por buscar a reestruturação de suas dívidas somente após terem seus nomes incluídos em registros de inadimplência, como o Serasa, por exemplo, o ideal é que, ao vislumbrar qualquer indício de desequilíbrio financeiro, o devedor requeira imediatamente uma revisão das obrigações.

Isso evita que o montante devido cresça ainda mais, pois os encargos são acrescidos diariamente. Buscar auxílio antes da situação tornar-se insustentável também pode beneficiar significativamente o devedor, possibilitando até mesmo condições mais favoráveis no âmbito financeiro.

Se essa é a sua situação, confira a seguir outras orientações que o auxiliarão a reverter a situação de débitos e regularizar sua condição financeira.

Dica #1: Quanto maior a dívida, maior a urgência de renegociação Para que o banco aceite renegociar uma dívida, é essencial que o valor devido e o período de inadimplência atendam aos critérios estabelecidos pela instituição financeira. Isso implica que tentar renegociar um parcelamento de 36 vezes, no qual você mal conseguiu pagar as primeiras parcelas, é prematuro.

Nesse cenário, é possível que o banco ofereça apenas a redução de encargos adicionais, sem mexer nos juros em si, visto que o período de inadimplência é muito curto para justificar uma revisão dos encargos.

É comum que as instituições bancárias considerem a renegociação de dívidas inadimplentes há mais de três meses, especialmente quando elas se originam de financiamentos de veículos ou outros bens. Importante ressaltar que, após esse prazo, os bancos geralmente iniciam a cobrança de juros moratórios, o que pode aumentar as taxas originalmente pactuadas.

Dica #2: Dívidas do cartão de crédito têm prioridade Devido aos juros elevados aplicados nos cartões de crédito, é comum que os endividados não consigam regularizar suas dívidas rapidamente. Por esse motivo, os bancos estão dispostos a negociar, independentemente do tempo de inadimplência.

Portanto, ao perceber que não será possível quitar um parcelamento realizado por meio do cartão de crédito, entre em contato com seu banco para explorar as oportunidades de reestruturação do débito.

Se a pendência for relacionada ao cheque especial, certifique-se de ler nosso artigo sobre esse tema.

Dica #3: Evite consolidar diversas dívidas em uma única renegociação Conforme você já deve estar ciente, diferentes tipos de crédito no mercado implicam em taxas de juros distintas. Enquanto as taxas para financiamento de veículos variam de 0,33% a 4,50%, parcelamentos de imóveis podem ter taxas superiores a 5,00%.

Por isso, mesclar diversas dívidas em uma única renegociação pode não ser uma abordagem vantajosa, pois torna-se mais complexo avaliar os benefícios reais da nova reestruturação.

Dica #4: Não aceite uma oferta imediatamente Geralmente, a primeira proposta do banco apresenta taxas de juros elevadas e, ao ser dividida em um maior número de parcelas, pode dar a impressão de ser uma renegociação atrativa.

Contudo, é vital avaliar se as taxas de juros propostas são verdadeiramente benéficas para a reestruturação. Portanto, não aceite imediatamente qualquer oferta bancária. Retire-se para analisar, refazer os cálculos e só firme o contrato quando tiver certeza de que está tomando uma decisão acertada.

Dica #5: Recuse a exigência de adquirir um novo produto como condição para reestruturação É fundamental ficar alerta a essa prática! Infelizmente, é comum que os bancos tentem empurrar planos de previdência ou títulos de capitalização como requisitos para reduzir os juros de uma reestruturação.

Essa prática é considerada “venda casada” pelo Código de Defesa do Consumidor, sendo proibida por lei no Brasil. Caso você se depare com essa situação, procure um advogado para receber orientação sobre os procedimentos adequados.

Dependendo das circunstâncias e das condições impostas pelo banco, tal situação pode até ensejar compensação em favor do consumidor.

Dica #6: Empresas devem cuidar das obrigações fiscais A falta de preparo de muitos empreendedores e a alta carga tributária do país frequentemente resultam em dificuldades para cumprir com empréstimos e investimentos.

Na tentativa de reduzir a carga tributária, muitas empresas buscam artifícios para contornar as regulamentações, ainda que esses métodos nem sempre sejam legais ou éticos.

Uma prática é criar novas empresas sempre que a dívida da empresa atual ultrapassa os limites definidos pelo empreendedor. No entanto, tais ações podem caracterizar fraude ao sistema financeiro.

Portanto, débitos fiscais devem ser monitorados de perto por empreendedores, evitando evasão fiscal, falsificação de informações ou outras irregularidades perante a Receita Federal.

Caso sua empresa necessite regularização, é aconselhável buscar especialistas como advogados, contadores e administradores, para determinar a melhor estratégia.

Como elucidado neste artigo, a reestruturação de dívidas não é uma tarefa simples, pois envolve múltiplos aspectos que requerem análise cuidadosa e ponderada. Diante de desafios financeiros, é apropriado abordar o banco credor e compartilhar suas necessidades.

Caso o banco não ofereça condições vantajosas para a reestruturação da dívida, pesquise, compare alternativas em outras instituições financeiras, busque assessoria profissional e só firme um novo contrato quando estiver convicto de estar fazendo um bom negócio.

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